Defensoria Pública certifica 216 novas Defensoras Populares e reafirma a importância dos direitos das mulheres

Em uma manhã voltada para a reafirmação dos direitos humanos das mulheres a Defensoria Pública do Estado do Piauí (DPE-PI) realizou, nesta segunda-feira (09), em formato híbrido, a solenidade de certificação de 216 mulheres como Defensoras Populares, estando aptas a atuarem junto às suas comunidades como agentes de transformação social, construindo pontes entre essas comunidades e a Defensoria Pública.  A solenidade presencial, realizada no auditório Esperança Garcia, no edifício-sede da Defensoria, em Teresina,  foi presidida pela Defensora Pública Geral do Estado do Piauí, Carla Yáscar Bento Feitosa Belchior, pela Subdefensora Pública Geral, Verônica Acioly de Vasconcelos, que é a coordenadora do Curso Defensoras Populares, e pela Coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, Lia Medeiros do Carmo Ivo. O momento contou com a presença da delegada aposentada Vilma Alves, que dá nome à Turma, além de várias autoridades nos âmbitos estadual e municipal.

Defensoras populares

Delegada Vilma Alves homenageada

A Turma foi denominada Vilma Alves por decisão das próprias formandas, em homenagem à delegada que fez  história ao se tornar a primeira delegada negra do Piauí, com uma carreira que inclui 36 anos de atuação e quase 50 anos dedicados à segurança pública, sendo reconhecidamente uma referência no combate à violência contra a mulher.  Durante a formatura foi feita a leitura da Carta da Campanha Nacional Levante Feminista contra o Feminicídio, Lesbocídio e Transfeminicídio do Piauí.

A Delegada Vilma Alves externou a emoção em receber a homenagem. “É uma sensação de reconhecimento, de muita alegria, de muita emoção, é analisar realmente que tudo o que eu fiz valeu a pena. Valeu a pena porque todas as mulheres precisam ser reconhecidas pelo valor de ser mulher. Na condição de mulher, eu trabalhei assim e fiz assim, então, como a Defensoria Pública é a voz do povo, a voz da mulher, daqueles que não têm condições, eu me sinto honrada por essa homenagem”, afirmou.

Defensora popular

Maria do Socorro Silva Ramos

As novas Defensoras Populares falaram sobre os ganhos com a experiência. “Esse curso me deixa uma pessoa bem mais esclarecida em relação às leis, aonde eu tenho que procurar, o que eu tenho que fazer em caso de alguma demanda, e também com relação à orientação para algumas pessoas que são leigas, porque tem muita gente que não sabe dos seus direitos, não sabe o que procurar, o que fazer e aonde ir. E eu sou uma pessoa muito próxima da comunidade onde eu moro, porque tenho essa empatia de estar sempre entre as pessoas que costumam sempre me perguntar, então é bom que a gente tenha esse conhecimento, para que possa estar dando esse esclarecimento,é muito bom a gente esclarecer alguma coisa para uma pessoa que não sabe, Eu saio deste curso uma pessoa renovada, bem diferenciada, como se eu estivesse com os olhos costurados e descosturaram os meus olhos com relação a algumas coisas”, disse a  técnica de enfermagem, bacharelanda em serviço social e agora Defensora Popular,  Maria do Socorro Silva Ramos, que reside em Regeneração.

Defensora Popular

Thais Cardoso da Cunha

Thais Cardoso da Cunha, que é dona de casa e mãe de dois filhos que se encontram dentro do espectro autista, destaca o que a motivou a participar do Curso. “Como eu sou mãe atípica de duas crianças autista e não entendia muito de leis em geral, somente um pouco da relacionada ao autismo, eu vi no curso se abrir uma oportunidade, porque além da questão dos direitos dos deficientes são muitos outros assuntos abordados, então, eu pretendo ser uma mãe ativa, uma mãe ativista, para poder estar lutando pela causa dos meus filhos e tendo uma relação mais próxima com a Defensoria, com certeza vai me ajudar mais a desenvolver projetos que eu tenha no futuro, para dar palestras, para ajudar outras mães, porque eu sei que o autismo todo dia é um diagnóstico, então eu quero trabalhar nessa área, e a parte da Defensoria, dos direitos, vai me ajudar a abrir caminho para outras mulheres não ficarem tão perdidas, saber onde é que eu vou, com quem eu falo, como encontrar um advogado. É por tudo isso que eu quis fazer esse curso”, destacou.

Para a Defensora Pública Geral, Carla Yáscar Belchior, o momento além de festejar também foi de agradecer. “Hoje é um dia muito especial, a presença de cada pessoa presente, de cada formanda, é muito valiosa para nós. Desde 2019 que ofertamos, por meio do projeto Defensoras Populares, essa capacitação, responsável por empoderar tantas mulheres no Piauí, assim como em outros estados do Brasil. Hoje é um dia de comemorar e também de agradecer a todas as pessoas envolvidas na realização desse projeto, desse Curso, especialmente às Defensoras Públicas Verônica Acioly e Lia Medeiros, que nos ajudam na realização dessa capacitação, assim como a cada um das Defensoras Públicas que participam do projeto, trazendo seus conhecimentos para a formação de novas Defensoras Populares. Agradeço também à Delegada Vilma Alves, por ter uma história de vida tão potente na defesa dos direitos das mulheres que lhe rendeu essa merecida homenagem. Ao lembrar que quando iniciamos esse curso, à época no bairro Dirceu Arcoverde, em 2019, contávamos com um total de 44 mulheres e saber que hoje, após passarmos inclusive por uma pandemia, estamos formando 216, só nos mostra o nosso fortalecimento e o quanto somos capazes de superar obstáculos realizando a cada ano uma educação em direitos  emancipatória, forte e eficaz. São mulheres que passam a ser pontes entre a Defensoria Pública, os movimentos sociais e suas comunidades. São mulheres que, conhecendo as leis, podem lutar por seus direitos e pelos direitos de quem está ao seu lado. São mulheres que têm uma missão a seguir, sabendo que a força está no coletivo e que na Defensoria Pública sempre encontrarão uma aliada na luta por direitos”, afirmou.

Defensoria leva atendimento humanizado na área de beleza e bem-estar às internas da Penitenciária Feminina

A Defensoria Pública do Estado do Piauí realizou na manhã deste domingo, dia 25 de fevereiro, na Penitenciária Feminina de Teresina, a primeira edição do Projeto Elas por Elas, que foi concebido e é coordenado pela Defensora Pública Irani Albuquerque Brito, coordenadora do Sistema Prisional da Defensoria, e tem por objetivo propiciar às mulheres privadas de liberdade o resgate da autoestima e a valorização pessoal, ajudando-as no processo de reinserção social e na busca por melhores perspectivas de vida.

Durante a manhã 80 reeducandas da Penitenciária Feminina tiveram acesso a serviços de manicure, pedicure, cuidados com cabelo, depilação, estética facial, massoterapia, entre outros, proporcionados pela participação de 40  profissionais parceiras(os) empreendedoras(es) de diversos segmentos da beleza e bem-estar.

A subdefensora Pública Geral, Verônica Acioly de Vasconcelos, esteve presente na ação acompanhada dos Defensores e Defensoras empossados(as) na DPE-PI no último dia 19, Amanda de Andrade Caputo Tejo; Heleonora Cristina Silva Soares; Nancy Queiroz Cavalcante Carvalho de Holanda Miranda; Thayanny Dantas Duarte; e os Defensores Públicos Isaias Neto Santos Coaracy, Marcus Vinicius Carvalho da Silva Sousa e Nikolai Olchanowski. Também presentes as Defensoras Públicas Elisa Cruz Ramos e Patrícia Ferreira Monte Feitosa.Elas por Elas

A Diretora da Penitenciária feminina, Cristiane de Praga, destacou os benefícios     que o projeto proporcionou às internas. “Traz um certo conforto, aumenta a autoestima de quem está privada de liberdade, está longe da família, de quem não tem condições de ter esse tipo de recurso para ter acesso a esse tipo de atendimento. Vemos essa ação da Defensoria com bons olhos, as internas se sentem mais acolhidas, se sentem melhores e até desenvolvem melhor suas atividades. Além do atendimento jurídico da Defensoria, esse projeto, Elas por Elas, com esse trabalho de embelezamento, faz com que elas vejam a vida com outros olhos, aumenta demais a autoestima das meninas”, disse.

A Defensora Pública Nancy Queiroz Cavalcante Carvalho de Holanda Miranda, destacou a importância da ação. “É um Projeto importantíssimo pois trabalha com as mulheres que estão presas, proporcionando humanização. É um dia em que, para além do atendimento jurídico, elas têm acesso a vários serviços de beleza, isso dá uma humanidade, traz assistências às pessoas que muitas  vezes estão relegadas, esquecidas. É um Projeto importantíssimo para a humanização”, declarou.

O Defensor Público Isaias Neto Santos Coaracy também se manifestou. “Esse Projeto se mostrou de grande utilidade para o cotidiano das detentas da Penitenciária Feminina, porque conseguem ter acesso nesse momento a serviços que muitas vezes ficam esquecidos na rotina do Sistema Prisional. Realmente se mostrou muito eficiente, uma política pública que deve ser valorizada”, ressaltou.equipe

As internas na Penitenciária Feminina receberam o projeto Elas por Elas com entusiasmo. “Esse Projeto da Defensoria é nota dez onde acontecer, aqui na Feminina, em Picos, Parnaíba, porque deixa a autoestima lá em cima,”, disse A. C. “Estou achando uma maravilha, não é todo dia que temos isso aqui, foi muito bom para nós.Estamos todas felizes. Me sinto uma princesa, e  não só eu, mas todas nós”, complementou M.S.

Quando concebeu o projeto, a Defensora Pública Irani Albuquerque destacou que seria voltado para resgatar o  amor-próprio e a valorização pessoal das internas, ajudando-as no processo de reinserção social, hoje a Defensora Pública externou a satisfação com a efetivação da ação e destacou a importância da parceria com empreendedoras(es) que viabilizaram o atendimento. “Tivemos mulheres cuidando de outras mulheres, a experiência mostrou a questão da empatia e uma solidariedade sem fim, pessoas que trabalham de segunda  sábado doando o seu dia de folga, seus serviços, produtos, o que têm de melhor, em prol de outras mulheres que passam por esse momento tão difícil do encarceramento, quando estão distantes das famílias, de todos que amam e,  serem cuidadas, tratadas faz toda uma diferença. É esse o objetivo do Projeto, mulheres cuidando de outras mulheres, dando seu tempo, seu conhecimento, seu afeto. Hoje vi pessoas que tem um amor sem fim doando não só trabalho, produtos e serviços, mas cuidando de outras mulheres com amor e essa ação deve fazer muita diferença tanto na vida das que receberam cuidados, como das que ofertaram, foi um momento muito importante na minha história como Defensora Pública, mas também na de mais de 120 mulheres que participaram dando e recebendo cuidados”, afirmou.

A Subdefensora Pública Geral, Verônica  Acioly, ressalta a importância do Projeto.  “A Defensoria Pública tem que estar onde o povo precisa dela e em especial as pessoas que pela desigualdade social  caem no Sistema de Justiça e são encarceradas. É fundamental o Projeto da Defensora Irani Albuquerque e sua equipe e a Defensoria Pública e a Gestão que nesse momento a administra só têm a agradecer, porque através de  Projetos como o Elas por Elas a Defensoria concretiza a vocação para a qual foi idealizada. A norma e a realidade se encontram através de ações como essa,  em que no plano da realidade os direitos humanos e dignidade da pessoa humana não encontram rosto, sobrenome, cor, classe social, e sim valoriza a ideia do humano onde quer que ele esteja”, afirma.

 

FONTE: DEFENSORIA -PI

APIDEP participa da solenidade de nomeação de sete novos defensores e reafirma a importância desse novo contingente para o Piauí

Nesta segunda-feira (19), a Defensoria Pública do Piauí nomeou sete novos defensores para compor o quadro de membros do estado. A solenidade ocorreu no auditório Esperança Garcia, localizado no prédio sede da Defensoria Pública do Piauí. Os aprovados fazem parte da lista do IV Concurso para o provimento de vagas e a formação de cadastro de reserva para o cargo de Defensor Público Substituto do estado.

A Defensora Pública Geral do Piauí, Dra. Carla Yáscar Belchior, após a nomeação, destacou o sentimento de alegria na expansão do corpo de defensores do estado. “É um dia mesmo de festejar a chegada desses sete novos Defensoras e Defensores Públicos, que vão unir forças com os outros 112, então seremos 119 Defensoras, Defensores aí destinados e dedicados a trabalhar, diuturnamente, para levar mais atendimento, mais assistência jurídica a mais pessoas do Piauí”, destacou.

A Associação Piauiense das Defensoras e Defensores Públicos (Apidep), representada pelo presidente Jeiko Leal, participou da posse dos novos defensores junto com outras entidades do estado. O presidente da associação enfatizou a importância da chegada dos novos colegas para toda a categoria. “A nomeação de sete novos defensores e defensoras hoje é de extrema relevância para a nossa ampliação de atendimento das comarcas no interior do estado. O estado do Piauí conta hoje com cerca de 30 comarcas sem assistência da Defensoria Pública e esses sete vão suprir em parte essa necessidade”, destacou o presidente da associação.

 

Entre os nomeados está Nancy Queiroz, de 28 anos, que expressou sua felicidade pela nomeação. “Esse momento é um verdadeiro orgulho por estar compartilhando esse sonho, esse objetivo de vida, com as pessoas mais especiais, com as pessoas que foram marcantes ao longo dessa trajetória. Estou muito orgulhosa por entregar em uma instituição tão honrada com uma defensoria pública do estado do Piauí”, revelou.

Além de Nancy, as Defensoras Públicas Amanda de Andrade Caputo Tejo, Heleonora Cristina Silva Soares, Dantas Duarte, e os Defensores Públicos Isaias Neto Santos Coaracy, Marcus Vinicius Carvalho da Silva Sousa e Nikolai Olchanowski também foram nomeados na última segunda-feira.

ANADEP e IPPDH firmam parceria por meio de carta de intenção

A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) firmou, no dia 29 de junho, parceria com o Instituto MERCOSUL de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPPDH). Na ocasião, a presidenta da ANADEP, Rivana Ricarte, e o diretor executivo do IPPDH, Remo Carlotto, assinaram uma carta de intenções para promover a cooperação conjunta em direitos humanos.
O documento visa promover a cooperação conjunta no campo dos direitos humanos por meio de ações de formação e educação para servidores(as) públicos(as) e atores sociais, iniciativas de pesquisa aplicada e promoção do diálogo e troca de experiências e boas práticas entre os atores relevantes, tanto do setor governamental quanto da academia e da sociedade civil.
O IPPDH foi criado pela Decisão CMC nº 14/09, com o objetivo de contribuir para o fortalecimento do Estado de Direito nos países que compõem o bloco, por meio da formulação e monitoramento de políticas públicas de direitos humanos, bem como consolidação dos direitos humanos como eixo fundamental da identidade e desenvolvimento do MERCOSUL. Suas funções incluem a coordenação de políticas regionais, assistência técnica, pesquisa aplicada e capacitação em políticas públicas de direitos humanos.
Conforme ressalta Rivana Ricarte, “o termo de cooperação será um instrumento eficaz para a promoção e interação institucional no que diz respeito às políticas de direitos humanos do MERCOSUL”, afirma.

FONTE: ANADEP