A Defensoria Pública é fortalecida com a decisão do STF que veda uso de fundo da defensoria para custeio de advogados privados

A Defensoria Pública conquistou uma importante vitória na última quarta-feira (19). O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional uma lei do Estado de São Paulo, aprovada em 2017, que destinava parte do orçamento do Fundo da Defensoria Pública ao pagamento de advogados privados contratados por meio de convênios para prestar assistência jurídica à população vulnerável.

A ADI 5644 julgada pelo STF foi proposta pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), que defendeu que a lei de São Paulo feria princípios constitucionais ao usar recursos públicos destinados à Defensoria para custear convênios com advogados particulares.

Para Jeiko Leal, presidente da Associação Piauiense das Defensoras e Defensores Públicos (APIDEP), o posicionamento do STF representa um significativo avanço para toda a instituição. “Essa decisão é muito importante porque reforça o modelo constitucional de assistência jurídica integral e gratuita, garante a autonomia integral da gestão desses fundos para a Defensoria Pública sem nenhum tipo de ingerência. Lá em São Paulo, essa lei foi de iniciativa do governador. Então veja, o STF diz que o governador não pode ter esse tipo de ingerência na Defensoria Pública ao declarar inconstitucional a Lei 1.297/2017”, explica o presidente da associação piauiense.

No Piauí, o Governo do Estado encaminhou à ALEPI no ano passado a Lei Complementar Estadual nº 304, de 30 de agosto de 2024, que institui o pagamento de advogados pelo Estado em comarcas onde não há defensores públicos.

O presidente da APIDEP ressalta que a decisão do STF na última quarta-feira (19) fortalece ainda mais o posicionamento contrário da APIDEP em relação à Lei Complementar que foi adotado no estado do Piauí. “Essa decisão de São Paulo reforça a importância do modelo público e, de certa forma, tem reflexos aqui no Piauí, onde foi instituído o modelo suplementar de assistência jurídica com a criação do Fundo da Advocacia Dativa. É uma decisão importante para essa discussão aqui no estado, pois já demonstra o posicionamento do STF quanto ao tema, que é importante para o modelo público de assistência jurídica”, finaliza Jeiko Leal.

Defensoria Pública participa de Audiência Pública para apresentação da LDO 2024

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Ao apresentar as principais alterações da LDO 2024 em relação a 2023, o secretário de Estado de Planejamento, Washington Bonfim, destacou o Programa de Orçamento Participativo do Estado do Piauí, que visa propiciar a participação popular na tomada de decisões sobre os investimentos. “É muito importante a gente entender que, a partir de agora, a gente não tem mais como comparar os valores do orçamento do ano de 2024 com 2023 e anos anteriores porque a metodologia de cálculo mudou. A grande mudança tem a ver com o modo de contabilização dos recursos que vão para o Regime Próprio da Previdência Social. A partir da compreensão da Secretaria do Tesouro Nacional, isso é um item à parte do orçamento, não é de livre execução do Executivo. No nosso caso, esse valor vai para o Instituto de Previdência”, destacou o secretário.

O presidente da Comissão e relator da matéria, deputado Henrique Pires (MDB), apresentou o cronograma de trabalho em relação ao projeto. O prazo para apresentação de emendas segue até o dia 30 de junho e, no dia 11 de julho, será a entrega do relatório na Comissão de Finanças.

Para o Diretor Administrativo da DPE-PI, Humberto Rodrigues, “é  importante o acompanhamento da tramitação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária de 2024 na ALEPI, nos permitindo identificar pontos de interesse da Defensoria Pública e eventualmente propor emendas ao PL apresentado. Outro ponto que estamos atentos diz respeito à mudança da metodologia de cálculos dos Resultados Primários e Nominal, que altera o cálculo das receitas e despesas do Estado, podendo ter reflexos no orçamento da Instituição. De uma forma geral, foi bastante proveitosa a participação nesta Audiência Pública.”

Além do Diretor Administrativo da Defensoria Pública, a Audiência contou com a participação de diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica (Sinte), Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Piauí (ADCESP), Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi) e outros segmentos da sociedade civil organizada, que manifestaram preocupação com a divisão do bolo orçamentário.

Fonte: Alepi