O Núcleo Especializado da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado do Piauí recebeu a delegação piauiense do Balé Bolshoi, que é formada por estudantes entre 13 e 16 anos oriundos das escolas da rede pública do Estado e do Município.
O papel da Defensoria para que esses alunos passem a integrar a equipe do Bolshoi tem sido fundamental, na medida em que é por meio do Núcleo da Infância que é formalizado o termo judicial que possibilita a guarda dos adolescentes pela mãe social, pessoa que fica responsável pela equipe em Joinville, no estado de Santa Catarina, onde funciona a escola do Balé.
A seleção dos estudantes é feita nas escolas das redes estadual e municipal de ensino por um representante do Bolshoi. No ato é considerado apenas o biótipo dos adolescentes, não tendo estes que necessariamente saberem dançar.
Estiveram na Defensoria os sete estudantes que atualmente integram a equipe, acompanhados de seus pais e/ou responsáveis; da mãe social que os acompanha em Santa Catarina, Eusilene da Rocha Ferreira e da Coordenadora de Inclusão e Diversidade da Secretaria de Educação do Estado do Piauí, Amparo Veloso, que é a responsável direta pela inclusão dos estudantes piauienses na Escola de Balé Bolshoi.
“O projeto é acompanhado pela Justiça desde a primeira turma porque existe a necessidade dos meninos terem a documentação de guarda da mãe social, ela precisa desse termo e quem disponibiliza é a Vara da Infância e Juventude, então o primeiro passo para conseguir essa documentação é vindo na Defensoria, que acompanha o projeto desde a primeira turma que de 2004. Existe a necessidade de sempre estar disponibilizando o termo de guarda a cada dois anos, quando encerra a função da mãe social”, explica a Coordenadora Amparo Veloso.
Amparo também informa que os estudantes que estiveram na Defensoria representam a segunda turma do Piauí inserida no projeto. “A primeira iniciou em 2005 e se formou em 2012, essa segunda turma iniciou em 2013. É uma oportunidade única para esses adolescentes. Realizamos um trabalho no sentido de que eles sempre mantenham as raízes no estado de origem. O que queríamos era que pudessem acontecer mais seleções pois é uma oportunidade rara, principalmente na dança”, diz.
Euzilene Rocha Ferreira, a mãe social, destaca a responsabilidade de cuidar do grupo de adolescentes. “São sete estudantes do Piauí. É um desafio muito grande, muita responsabilidade, mas é também gratificante. Sempre procuramos manter o vínculo com a família, tanto é que nessa vinda à Defensoria todos estão aqui com seus representantes legais”, informa.
A Defensora Pública Daniela Neves Bona destaca a importância do envolvimento da Defensoria no projeto. “Somos nós que viabilizamos a questão da mãe social. Formalizamos o procedimento judicial da guarda para essa mãe social, que acompanha os estudantes em Joinville onde, além de participarem do projeto, também vão estudar. Com essa guarda ela se torna responsável e os representa em Santa Catarina”, diz a Defensora e complementa, “é uma sensação muito gratificante receber esses adolescentes aqui, na medida em que estamos dando oportunidade para que cresçam na vida, não só profissionalmente, mas também no ensino, na educação, na arte. É só um passo para galgarem um futuro bem melhor”, afirma.
A estudante Izabela de Andrade dos Santos, de 14 anos resume o sentimento da equipe. “É uma experiência muito boa e desde que a gente entrou só tem melhorado. Ajuda muito no amadurecimento das nossas atitudes. A gente sente saudades, mas nosso objetivo se impõem a esse sentimento”, ressalta.
Além de Izabela integram a segunda turma piauiense do Balé Bolshoi os estudantes Antônio Thiago Viana dos Santos, Kevin Gabriel da Silva Madeira, José Marcelo de Sousa Costa, Milena Domingas Torres, João Vítor de Sousa Gonçalves e João Vítor de Sousa Santos.
Fonte: DPE-PI