Defensoria do Piauí comemora resultados do Núcleo de Solução Consensual de Conflitos

Desde sua criação, em abril de 2015, o Núcleo de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania (NUSCC) da Defensoria Pública do Estado do Piauí (DPE) tem muito o que comemorar. Sua implantação representou um verdadeiro marco na Defensoria, já que foi pensado para ser um espaço de diálogo e entendimento, onde as pessoas fossem acolhidas em suas dores e inquietações.

O foco do Núcleo sempre foi trabalhar a relação entre as pessoas e empoderá-las para que se sintam capazes de dialogar em futuras situações de conflito, fazendo-as refletir sobre o protagonismo que devem exercer sobre suas próprias vidas. “Daí porque dizemos que o NUSCC também tem um forte viés pedagógico, pois ele amplia a percepção das pessoas sobre a limitada capacidade da sentença em resolver questões de cunho emocional e interpessoal. Foram inúmeros os desafios enfrentados pelo NUSCC, onde talvez o maior deles tenha sido acreditar na possibilidade de trabalhar com a mediação no setor público, cuja demanda é grande e diária”, afirma a coordenadora do Núcleo, defensora pública Débora Cunha Cardoso.

A coordenadora explica que mediação é diferente de conciliação. “Na mediação, o mediador tem o compromisso ético em trabalhar a fonte do conflito, sua causa, suas implicações sociais, emocionais e psicológicas, e isso, inevitavelmente, demanda tempo. Não podemos falar em mediação sem considerar o tempo como um fator essencial. Sabemos que ninguém sai da guerra para a paz num passe de mágica, e que muito além de se preocupar em resolver ou evitar um processo judicial, a mediação foca na melhoria da relação entre as pessoas. Assim, nunca foi uma meta a quantidade de acordos realizados, mas sim a qualidade do diálogo produzido na sessão. Nossos mediadores são muito preparados, conhecem as técnicas, e muito mais do que técnica, são sensíveis aos dramas humanos e estabelecem uma relação de empatia com nossos assistidos. Fazemos reuniões periódicas, conversamos muito sobre os casos que chegam aos NUSCC e estudamos constantemente”, diz a defensora.

Segundo relatórios do NUSCC, nesses quase dois anos de implantação, foram realizadas 1.902 sessões, de onde resultaram 1338 acordos, o que equivale a 70% de sessões frutíferas.  Segundo Débora Cardoso esses números, na verdade, não são capazes de revelar o alcance real da mediação, uma vez que é comum que as partes não consigam chegar a um acordo formal na sessão, mas revelem melhora no diálogo e na relação. “Isso sem dúvida é um fator de sucesso. Outras vezes, o acordo é estabelecido pelas pessoas fora da mesa, após reflexão, tornando o alcance social desse instrumento algo imensurável”, conclui a defensora.

 

Fonte: DPE-PI

Conselho Superior delibera sobre plantões nas Defensorias Regionais e Edital para eleição de Defensor Público Geral

O Conselho Superior da Defensoria Pública realizou na sexta-feira, dia 09 de dezembro, sua 78ª Sessão Ordinária conduzida por sua Presidente e Defensora Pública Geral Francisca Hildeth Leal Evangelista Nunes.

Abrindo os trabalhos a Presidente deu as boas-vindas ao Defensor Público Conselheiro, Marcos Martins de Oliveira, por seu retorno às Sessões após afastamento para tratamento de saúde, também destacou a presença do Ouvidor-Geral Externo da Defensoria, Nayro Victor Lemos Resende Leite, eleito recentemente e que passa a tomar assento nas Sessões do Colegiado. Dadas as férias do Conselheiro Secretário, Alessandro Andrade Spíndola, assim como do Conselheiro Subdefensor Público Geral, Erisvaldo Marques dos Reis, substituto na Secretaria, nomeou a Presidente o Conselheiro Erick Leonardo Pires de Melo para secretariar a Sessão.

Informou a Presidente sobre mandato do Juiz de Pio IX, José Eduardo Couto de Oliveira relativo a aplicação de multa de 50 salários mínimos a repercutir sobre o patrimônio pessoal da Defensora Pública Geral, devido a não realização audiências por não estar presente um Defensor Público. A Defensora Hildeth Evangelista informou que a DPE-PI já deu entrada em mandato de segurança, deixando ciente os esforços da Defensoria Pública em adequar o reduzido número de Defensores para poder cumprir seus compromissos institucionais, destacado que no caso específico de Pio IX foi feito comunicado antecipadamente que não haveria possibilidade da presença de um Defensor na referida data. “É necessário que o Judiciário compreenda a Defensoria como Instituição parceira e adote outra postura, conhecedor que é da nossa realidade. Fazemos parte do Sistema de Justiça e estamos cientes de nossos compromissos e responsabilidades”, afirmou.

O Conselheiro Marcos Martins de Oliveira fez uso da palavra e agradeceu a todos a compreensão pelo período que passou afastado devido ao tratamento de saúde, disse o Conselheiro estar colocando em dias os trabalhos na 2ª Defensoria Pública Regional de Floriano, da qual é Titular, desde a sua retomada ao trabalho no dia 25 de novembro último.

A Presidente voltou a informar ao Colegiado sobre o processo de contratação de colaboradores através das empresas terceirizadas, afirmando que a busca é pela uniformização nos contratos, garantindo os direitos dos colaboradores e adequando as contratações de acordo com as necessidades dos órgãos de atuação.

Em seguida foram distribuídos os Expedientes ficando o Processo Administrativo de Nº 03858/2016 relativo à criação de um Núcleo de Apoio às Vítimas, tendo como requerente a Diretoria Criminal da DPE-PI, para a relatoria do Conselheiro Rogério Newton de Carvalho Sousa. O processo Administrativo Nº 03288/2016, tendo como requerente o Defensor Público Marcos Antônio Siqueira da Silva e contendo ponderações referentes ao Processo Nº 2711/2016 que tratou sobre o conflito de atribuições entre a 2ª e 3ª Defensorias Públicas Regionais de Parnaíba, ficou para a relatoria do Conselheiro Erick Leonardo Pires de Melo.

Passou o Colegiado a deliberar sobre o primeiro ponto da pauta, referente ao Processo Administrativo Nº 03264/2016, que tratou sobre a realização do plantão nas Defensorias Públicas Regionais em consonância com o Poder Judiciário, em regime de sobreaviso, tendo como requerente a Defensora Pública Ana Carolina de Freitas Tapety Machado e outros Defensores Regionais. Durante a discussão desse ponto, conforme o previsto no art. 38, § 2º, inscreveram-se para falar os Defensores Públicos Wendel Damasceno Sousa, Coordenador das Defensorias Regionais, que se manifestou pela procedência do pedido, pontuando que nas cidades em que ocorrem audiências de custódia o plantão precisa ser presencial. Defendeu que a alteração ensejará na afirmação do princípio da isonomia entre todas as Defensorias Regionais. Na sequência se manifestou em nomes dos autores, o Defensor Público Robert Rios Magalhães Junior, que defendeu o requerimento, argumentando que a atual sistemática fere o princípio da isonomia, visto que Defensorias que contam com apenas um Defensor já atuam em regime de sobreaviso. Destacou ainda o princípio do melhor interesse público, já que as folgas concedidas por ocasião do plantão presencial, onde a demanda é menor, seriam usadas nos meses onde a demanda de serviço é maior, prejudicando os próprios assistidos. Coube a relatoria ao Conselheiro Rogério Newton de Carvalho Sousa, que votou favoravelmente desde que seja mantido o plantão presencial nas Defensorias Regionais onde ocorrem audiências de custódia. O Conselho acompanhou o voto do relator acolhendo por unanimidade o pleito e passando em seguida às alterações da Minuta, sendo a mesma aprovada e encaminhada para publicação.

O segundo ponto da Pauta tratou sobre a deliberação do Edital que disciplina regras para a formação de lista tríplice para nomeação do Defensor Público Geral do Estado do Piauí. Durante a definição dos tópicos do Edital foi criada a Comissão Eleitoral para a condução do processo, ficando a Presidência para o Defensor Público Roberto Gonçalves de Freitas Filho, o secretariado para Crisanto Alves Pimentel e contando na composição com a Defensora Pública Eliza da Cruz Ramos Arcoverde. Como suplentes foram escolhido os nomes dos Defensores Públicos Luís Alvino Marques Pereira e Paula Batista da Silva.

Compareceram à reunião desta sexta-feira além da Presidente e Defensora Pública Geral, Francisca Hildeth Leal Evangelista Nunes, os Conselheiros José Weligton de Andrade, Corregedor Geral da DPE-PI, Erick Leonardo Pires de Melo, Rogério Newton de Carvalho Sousa, Marcos Martins de Oliveira, Igo Castelo Branco Sampaio e Ana Patrícia Paes Landim Salha. Também presente o Ouvidor-Geral da DPE PI, Nayro Victor Lemos Resende Leite. Presentes os Defensores Públicos Robert Rios Magalhães Júnior, Priscila Gimenez do Nascimento, Dayana Sampaio Mendes e Wendel Damasceno Sousa, Coordenador das Defensorias Públicas Regionais.

 

Fonte: DPE-PI

 

Chapa “Resistir para Avançar” é eleita para direção da ANADEP no biênio 2017/2019

O defensor público de São Paulo Antonio Maffezoli será o próximo presidente da ANADEP para o biênio de 2017/2019. Candidato da Chapa Única ‘Resistir para Avançar’, ele recebeu 47 votos. Brancos e nulos somaram 2 votos.

A eleição ocorreu durante assembleia geral ordinária, nesta terça-feira (6), na sede da ANADEP, em Brasília. Na ocasião também foram eleitos os integrantes dos conselhos Diretor, Consultivo e Fiscal da Entidade. Conforme o edital, cada estado da Federação teve direito a três votos, sendo dois votos do presidente da Associação filiada e um voto do restante apurado pela maioria simples dos defensores associados, que votaram virtualmente. A votação ocorreu de 10h às 16h e foi acompanhada por uma comissão eleitoral.

Ao abrir o processo de votação, o presidente da ANADEP, Joaquim Neto, agradeceu a oportunidade de dirigir a Associação Nacional e representar os defensores públicos estaduais do país. Segundo ele, todo o trabalho feito até o momento foi de luta. “A nossa luta associativa segue. Teremos muito trabalho nos próximos meses e por isso quero fazer uma transição tranquila com o Maffezoli. Nos últimos dois anos travamos grandes batalhas, principalmente no Congresso Nacional, onde atuamos para evitar retrocessos e também fortalecer a Defensoria Pública. Só tenho a agradecer por ter tido a oportunidade de representar a minha categoria e cumprir esta missão”, destacou Joaquim Neto.  Ao final, ele entregou um relatório aos presentes das atividades da diretoria para assuntos legislativos (biênio 2014/2016).

Em seguida, o defensor público do Distrito Federal, Alberto Carvalho Amaral, integrante da Comissão Eleitoral, explicou as regras do pleito e deu a palavra ao integrante que lidera a chapa “Resistir para Avançar”.

O candidato à presidência da ANADEP para o biênio 2017/2019, Antonio Maffezoli, iniciou sua fala conclamando a participação dos presidentes de Associações Estaduais na luta associativa da Associação Nacional. “Tivemos nos últimos anos exemplos exitosos da atuação da ANADEP. A expectativa era grande para implantar a EC 80 nos estados e, com isto, levar a outro patamar a Defensoria Pública. No entanto, nos últimos dois anos também tivemos muita instabilidade no cenário político. Por isso, a chapa Resistir para Avançar vem com o objetivo de união para que juntos possamos trabalhar para garantir o fortalecimento da nossa Instituição, a paridade da nossa carreira no sistema de Justiça e também lutar pelos direitos fundamentais do usuário da Defensoria”, pontuou Maffezoli.

Entre os principais eixo de trabalho da nova diretoria destacam-se: paridade entre as carreiras do sistema de Justiça; apoio às Associações Estaduais; garantia e afirmação das autonomias, afirmação do modelo público de assistência jurídica integral e gratuita; correta implantação da Defensoria Pública do Amapá; reforma da Previdência, estruturação da Defensoria Pública; promoção e defesa da cidadania e dos Direitos Humanos; aperfeiçoamento e capacitação através da ENADEP e o lançamento do I Prêmio Nacional de Jornalismo.

Clique aqui e confira a íntegra da Chapa.

Na AGO estavam presentes defensores públicos de vários estados e representantes de Associações dos Defensores Públicos dos Estados, entre eles, da Bahia, do Ceará, do Distrito Federal, do Espírito Santo, do Maranhão, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Pará, do Paraná, do Piauí, de Roraima, de Rondônia, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e do Tocantins.

A posse dos novos integrantes dos Conselhos da ANADEP será no dia 15 de fevereiro de 2017, em Brasília, em local e hora a serem divulgados.

Perfil: Antonio Maffezoli é defensor público de São Paulo. Foi vice-presidente da ANADEP na gestão 2011/2013. Na Associação Nacional também ocupou o cargo de diretor acadêmico e legislativo em outras gestões. Desde 2010 é defensor público interamericano, onde representa e exerce a defesa legal de vítimas necessitadas que não possuam representação perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Especialista em Direitos Humanos pela Universidade do Chile, Maffezoli esteve à frente de momentos importantes na história Instituição como: Movimento pela Defensoria Pública de São Paulo (2002/2006); colaborador da ANADEP na mobilização pela aprovação da PEC da Reforma do Judiciário, que resultaria na EC 45, em 2004; colaborador da redação do PLC 132, do PLP 114, da EC 80 e da PEC do Conselho Nacional da Defensoria Pública (CNDP). Atuou também pela criação das Defensorias Públicas do Paraná e de Santa Catarina. Em seu último cargo, foi assessor parlamentar da DPE-SP, acompanhando a tramitação das propostas de interesse da Defensoria Pública na Assembleia Legislativa de SP e no Congresso Nacional.

 

Fonte: ANADEP

 

Defensora carioca encerra ciclo de palestras na Esdepi

Nesta sexta-feira (02) aconteceu a última apresentação do “Ciclo de Palestras” realizado pela Associação Piauiense dos Defensores Públicos (APIDEP) em parceria com a Escola Superior da Defensoria do Piauí (Esdepi). O evento contou com a presença da Defensora Pública do Rio e Janeiro e Mediadora de conflitos, Larissa Davidovich, que falou sobre “Solução consensual de conflitos e Defensoria Pública“.

img_7199

“No Rio, eu aceitei o convite do Ministério da Justiça para ir às regiões do país falar um pouco sobre mediação no projeto ‘Sensibilização para defensores públicos’, onde uma defensora pública fala para colegas sobre algo que eu acredito muito e que para mim é revolucionário. Um dos meus objetivos, nessas minhas idas e vindas, é levar algo para as outras defensorias e para os colegas, que eu vejo que traz resultados bastante positivos. Porque muito mais que resolver o processo, nós estamos resolvendo efetivamente conflitos que aparecem. Nós temos que entender que a defensoria é muito mais do que uma fabrica de fazer petição, nós devemos assumir o nosso protagonismo na efetiva solução dos problemas dos desassistidos que batem na nossa porta. E isso é possível mesmo diante de tanta dificuldade”, ressaltou Larissa.

img_7219

Na ocasião ainda foram homenageados, com placas comemorativas pelos 10 anos de atuação na Defensoria Pública do Estado do Piauí, os defensores: Afonso Lima Da Cruz Júnior, Diretor da Defensoria Itinerante; Irani Albuquerque De Brito, Titular da 2ª Defensoria Pública de Execução Penal; Manoel Mesquita De Araújo Neto, Titular da 1ª Defensoria Pública de Parnaíba e Sheila de Andrade Ferreira, Titular da 2ª Defensoria Pública de Família.

A defensora Irani Brito falou em nome dos demais agradecendo a homenagem. “Sinto muita alegria em fazer parte desse grupo que completa 10 anos. São anos de muita alegria de ver uma pessoa feliz, porque o seu direito foi preservado, alegria de tá todo dia no fronte de batalha e alegria de exercer essa missão que é uma vocação. Só é defensor público quem de fato tem vocação pra ser solidário e para sentir a dor do outro, mesmo que não seja  a sua, mas assim se compadecer e fazer o possível para que aquela dor seja amenizada ou até mesmo cessada, essa é a missão do Defensor Público”, ressaltou.

img_7233

O presidente da APIDEP, João Batista Lago, comentou que o Ciclo de Palestras realizado desde 2014 é uma oportunidade para troca de experiências entre os Defensores. “Estes dias foram muito produtivos, porque é uma oportunidade dos colegas defensores públicos interagirem com defensores de outras defensorias. Além disso, também é importante porque há a interação com os próprios defensores que acabam em ilhas isolados durante o ano, cada um no seu órgão de execução. Nesses eventos a gente consegue agregar todo mundo e é uma oportunidade de nos reunirmos, discutir e trocar experiências”, pontuou o presidente.

Carta Proposta: Chapa RESISTIR PARA AVANÇAR – Nenhum direito a menos

Após solicitação da Chapa Resistir para Avançar, a Comissão Eleitoral aprovou o envio a todos os associados da ANADEP da carta com as principais propostas do grupo, uma vez que se trata de chapa única e não haverá oportunidade de debate. Assim, se mostra importante o conhecimento de todos os defensores públicos dos compromissos assumidos pela nova Diretoria.

A Chapa, encabeçada pelo defensor público de São Paulo Antonio Maffezoli, foi a única que se inscreveu para concorrer à eleição, que será realizada no dia 6 de dezembro, na sede da ANADEP, em Brasília. A votação ocorrerá de 10h às 16h.

Confira abaixo:

Prezados/as colegas,

A última década já foi definida por cientistas políticos como a “Década da Defensoria”, dado o grande avanço constitucional, legislativo e institucional da Defensoria Pública – EC 45, LC 132, EC 80, criação de Defensorias Públicas em todos os estados do Brasil e o aumento exponencial do número de Defensores/as Públicos/as.

O próximo biênio, contudo, apresenta grandes desafios para a primazia da dignidade da pessoa humana, a efetivação dos direitos humanos e para a redução das desigualdades, justamente três dos objetivos da Defensoria Pública, instituição que decidimos integrar e fazer dela uma razão de viver, muito mais do que um modo de vida, como diz a já célebre frase do ministro Carlos Ayres Britto.

A desaceleração da economia global e a grave crise financeira interna, aliada à recente crise política, permitiram que a velha receita neoliberal de redução dos gastos públicos e diminuição do Estado voltasse a emergir. Privilegiando as rubricas contábeis, em detrimento das pessoas de carne e osso, principalmente as mais pobres, os efeitos dessa receita são conhecidos há décadas: sucateamento dos serviços públicos, redução de direitos sociais, achatamento salarial, enrijecimento das regras para aposentadoria e diminuição do seu valor. A receita já está sendo ministrada, vide a tramitação – já com aprovações parciais – da PEC do Teto, do projeto de renegociação das dívidas dos estados, das propostas que atingem o teto salarial dos servidores públicos e o iminente envio de projeto para reforma da previdência.

Sobre a Defensoria Pública e os Defensores/as Públicos/as, os efeitos dessa receita são ainda mais graves, posto sermos uma instituição ainda jovem e, dentre as funções essenciais ao sistema de Justiça, a menos estruturada e com menores investimentos. (O próprio Parlamento brasileiro reconheceu isso recentemente, ao aprovar quase por unanimidade a EC 80, conhecida como “PEC das Comarcas”, que estabelece o prazo de 8 anos para que todas as comarcas do país tivessem ao menos um/a defensor/a público/a.)

É hora, portanto, de resistir para continuar avançando e para não permitir nenhum direito a menos.

Ciente deste grave contexto, Defensoras e Defensores de quase todos os estados do Brasil reuniram-se nesta Chapa, apresentando-se para conduzir a nossa Associação Nacional dos Defensores Públicos no próximo biênio. Sua composição segue ao final.

Acreditamos que a experiência profissional e associativa que cada um/a adquiriu ao longo da sua trajetória pode contribuir para que as grandes conquistas dos últimos anos sejam asseguradas e até ampliadas.

Para além das experiências individuais, acreditamos fundamentalmente que o sucesso de uma gestão associativa advenha da união e da somatória da experiência de todos/as os diretores/as, de todos/as os/as presidentes estaduais e de todos/as os/as Defensores/as Públicos/as, num cotidiano de diálogo aberto e democrático. Cremos profundamente que a associação nacional – a nossa ANADEP – nada mais é do que o resultado direto do trabalho diário de cada Associação Estadual e de cada Defensor/a em seu órgão de atuação. Noutras palavras, a força, a representatividade, a combatividade e a legitimidade da ANADEP advêm da força, da representatividade, da combatividade e da legitimidade das Associações Estaduais e de seus/as associados/as.

A proximidade das Associações Estaduais com os/as Defensores/as Públicos/as nos Estados, o conhecimento das suas realidades locais, das suas dificuldades e desafios, bem como o reconhecimento e o respeito que a categoria e as Associações têm junto às bancadas estaduais de senadores e deputados federais, propiciam que os objetivos, rumos e estratégias da ANADEP sejam sempre os mais precisos e corretos.

É para isso que a chapa “Resistir para avançar” se apresenta para o árduo trabalho que teremos pela frente, acreditando nas chances de podermos garantir os avanços obtidos nas exitosas gestões dos últimos anos, evitar retrocessos à instituição e à carreira, bem como avançar em temas ainda candentes, como o Conselho Nacional da Defensoria Pública, a relação com a OAB, reforma da Lei 80, entre outros.

Adiante seguem algumas propostas de atuação, que, mais do que ponto de chegada, são pontos de partida a nortear a atuação da ANADEP no próximo biênio. Contamos com todos e todas para debatê-las e aprofundá-las.

Apesar da inscrição de apenas uma chapa, a participação dos/as associados/as na votação no dia 6 de dezembro, terça-feira, das 10 às 16h, presencialmente ou pelo site da ANADEP, será de fundamental importância!

Desde já, agradecemos a confiança e o apoio e nos colocamos sempre à disposição!

Um grande abraço!

 

Antonio Maffezoli

Candidato a Diretor Presidente

PROPOSTAS DE ATUAÇÃO

– paridade entre as carreiras do sistema de Justiça – lutar para que os Defensores/as Públicos gozem rigorosamente dos mesmos direitos e prerrogativas das demais carreiras essenciais ao sistema de Justiça, garantindo paridade de condições para o pleno exercício da defesa dos hipossuficientes, para a justa retribuição e para se evitar o êxodo na carreira;

 

– apoio às associações estaduais – priorizar o acompanhamento e apoio às lutas locais enfrentadas pelas associações estaduais, nos campos jurídico, político e administrativo, com especial atenção aos estados com Defensorias Públicas menos estruturadas;

 

– garantia e afirmação das autonomias – atuar incansavelmente, no campo político e no campo jurídico, para evitar e/ou corrigir violações às autonomias administrativa, financeira e orçamentária da Defensoria Pública, garantias fundamentais para que a instituição possa cumprir seu mandato constitucional e manter valorizados seus integrantes;

 

– afirmação do modelo público de assistência jurídica integral e gratuita – combater, política e judicialmente, qualquer iniciativa de enfraquecimento do modelo público e/ou qualquer iniciativa de estruturação de modelo terceirizado, como a que vem ocorrendo em diversos estados a partir das seccionais da OAB;

 

– correta implantação da Defensoria Pública do Amapá – continuar a luta, judicial e política, pela correta implantação da Defensoria Pública do Estado do Amapá, especialmente com a abertura de concurso de ingresso para Defensores Públicos de carreira;

 

– reforma da Previdência – no plano genérico, trabalhar junto com as demais entidades representativas de trabalhadores e servidores públicos, para esclarecer os verdadeiros números da Previdência e da Seguridade Sociais, combatendo o mito do “rombo” e das “soluções” impostas pelo mercado e pela grande mídia. No plano específico, trabalhar junto com as entidades das demais carreiras essenciais do sistema de Justiça, para que os critérios de aposentação de todas elas sejam idênticos, reafirmando-se a paridade entre as mesmas;

 

– estruturação da Defensoria Pública – prosseguir na luta pela difusão e convencimento da importância da Defensoria Pública para a promoção da cidadania e redução das desigualdades, cobrando-se o cumprimento da EC 80 e a consequente expansão do número de Defensores/as Públicos/as e de comarcas atendidas;

 

– promoção e defesa da cidadania e dos direitos humanos – continuar atuando na difusão dos direitos humanos e atuar para que não haja redução dos direitos e garantias fundamentais, como acesso à Justiça e garantias processuais, especialmente das pessoas em condições de vulnerabilidade, bem como, em relação a essas últimas, para que não haja retrocessos nas políticas para redução das desigualdades sociais e para a promoção e afirmação da igualdade de gênero, raça, etnia e orientação sexual;

 

– aperfeiçoamento e capacitação – aprimorar ainda mais o excelente trabalho desenvolvido pela Escola Nacional dos Defensores Públicos – ENADEP, ampliando a realização de cursos e eventos acadêmicos, bem como promovendo outros projetos, como a publicação de boletins e revistas, que contribuam com o avanço profissional e institucional;

 

– lançamento do I Prêmio Nacional de Jornalismo – reproduzir, em âmbito nacional, o prêmio já conferido por algumas associações estaduais a jornalistas que publicaram matérias sobre a Defensoria Pública, que propicia, ao mesmo tempo, divulgar e valorizar o trabalho de excelência realizado pelos/as Defensores Públicos/as e as funções institucionais e atribuições da Defensoria Pública.

CHAPA “RESISTIR PARA AVANÇAR”

 

Conselho Diretor:

 

Diretor Presidente – Antonio José Maffezoli Leite

 

Diretora Vice-Presidente Institucional – Thaísa Oliveira

 

Diretor Vice-Presidente Jurídico-Legislativo – João Carlos Gavazza Martins

 

Diretora Vice-Presidente Administrativo – Pedro Coelho

 

Diretora de Relações Internacionais – Adriana Burger

 

Diretor da Escola Nacional dos Defensores Públicos – ENADEP – Fernanda Mambrini Rudolfo

 

Diretor para Assuntos Legislativos – Flávio Aurélio Wandeck Filho

 

Diretor Jurídico – João Batista Viana do Lago Neto

 

Diretora de Comunicação – Rivana Barreto Ricarte de Oliveira

 

Diretora Adjunta de Comunicação – Marta Beatriz Tedesco Zanchi

 

Diretor de Eventos – Sérgio Lima

 

Diretor 1º Secretário – Arílson Malaquias

 

Diretor 2º Secretário – Fernando Antonio Neres Ferraz

 

Diretor 1º Tesoureiro – David Sérgio da Silva Brito

 

Diretor 2º Tesoureiro – Murilo Guazzelli

 

Diretora de Articulação Social – Juliana Bastos Lintz

 

Diretora de Aposentados – Edna Miudin Guerreiro

 

Diretor Coordenador da Região Norte – Neuton Jardim

 

Diretor Coordenador da Região Nordeste – Ermelindo Cerqueira

 

Diretor Coordenador da Região Sul – João Joffily Coutinho

 

Diretor Coordenador da Região Sudeste – Mariana Andrade Sobral

 

Diretor Coordenador da Região Centro-Oeste – Victor Lázaro Ulhoa Florêncio de Morais

 

Conselho consultivo:

 

Andrew Robalinho da Silva Filho,

 

Maria Carmen de Sá

 

Tatiana Mayra Torchia Franco

 

Bruno José Vigato

 

Eduardo Cyrino Generoso

 

Amélia Soares da Rocha

 

Conselho fiscal:

 

Titulares: Leonardo Werneck

 

Fernando Figueiredo Serejo Mestrinho

 

Elcianne Viana de Souza

 

Suplentes: Zadyr de Andrade Ramos

 

Douglas Admiral Louzad

 

João Vicente Nunes Leal

 

Fonte: ANADEP

Apidep inicia ciclo de palestras para defensores

A Associação Piauiense dos Defensores Públicos (APIDEP) irá promover atividades acadêmicas na Escola Superior da Defensoria do Piauí (Esdepi) ao longo dos próximos meses. Dando início às atividades, a Apidep realizou a abertura do “Ciclo de Palestras” nesta quinta-feira (1). O ciclo contou com palestra do defensor paulista, Caio Paiva, além de homenagens aos defensores atuantes no Estado.

O ciclo de palestras iniciou na quinta-feira (1).
O ciclo de palestras iniciou na quinta-feira (1).

Na abertura do evento os defensores Armano Carvalho Barbosa, Humberto Brito Rodrigues e João Batista Viana do Lago Neto, presidente da APIDEP, receberem placas comemorativas pelos 10 anos de atuação na Defensoria Pública do Estado do Piauí. Na oportunidade, o presidente agradeceu a homenagem.

 “Temos também colegas que estão há 30 anos na carreira. Mas, eu venho agradecer e também dizer que é uma grande satisfação fazer parte da Defensoria Pública do Piauí. A atividade da Defensoria em si é algo lindo e é quase uma poesia eterna. E quero que todos se sintam homenageados, porque eu não faço essa Defensoria só. São todos vocês juntos que ajudam a construir”, declarou.

Defensores foram homenageados.
Defensores foram homenageados.

Com o tema “Reinventando os discursos de liberdade: efetividade e credibilidade da defesa técnica”, o defensor público Caio Paiva, que é autor de livros e de artigos jurídicos, afirmou que é a primeira vez que vinha ao Estado para conhecer de perto a atuação da Defensoria Estadual. “Falei sobre as diversas questões sobre a atuação da Defensoria Pública na área penal, onde ressaltei como deixar a defensoria mais técnica e mais efetiva. É um assunto que tem diversas opiniões, há quem acredite que a defensoria está em crise no momento, mas é essa reflexão que fiz junto aos defensores”, disse Paiva.

img_9007
O palestrante Caio Paiva.

Na sexta-feira (2), a defensora pública do Rio de Janeiro e Mediadora de Conflitos, Larissa Ellias Guimarães, abordará o tema “Solução consensual de conflitos e Defensoria Pública”, a partir das 8h, na Esdepi.

Eleição da ANADEP terá candidato único

A Chapa Resistir para Avançar, encabeçada pelo defensor público de São Paulo Antonio Maffezoli, foi a única que se inscreveu para concorrer à eleição para o Conselho Diretor, Consultivo e Fiscal da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) para o biênio 2017/2019. O prazo para registro de candidaturas para o pleito encerrou às 18h desta sexta-feira (25).

Antonio Maffezoli é defensor público de São Paulo. Foi vice-presidente da ANADEP na gestão 2011/2013. Na Associação Nacional também ocupou o cargo de diretor acadêmico e legislativo em outras gestões. Desde 2010 é defensor público interamericano, onde representa e exerce a defesa legal de vítimas necessitadas que não possuam representação perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Especialista em Direitos Humanos pela Universidade do Chile, Maffezoli esteve à frente de momentos importantes na história Instituição como: Movimento pela Defensoria Pública de São Paulo (2002/2006); colaborador da ANADEP na mobilização pela aprovação da PEC da Reforma do Judiciário, que resultaria na EC 45, em 2004; colaborador da redação do PLC 132, do PLP 114, da EC 80 e da PEC do Conselho Nacional da Defensoria Pública (CNDP). Atuou também pela criação das Defensorias Públicas do Paraná e de Santa Catarina. Em seu último cargo, foi assessor parlamentar da DPE-SP, acompanhando a tramitação das propostas de interesse da Defensoria Pública na Assembleia Legislativa de SP e no Congresso Nacional.

A chapa terá como vice-presidentes:

Diretora Vice-Presidente Institucional – Thaísa Oliveira

Diretor Vice-Presidente Jurídico-Legislativo – João Carlos Gavazza Martins

Diretora Vice-Presidente Administrativo – Pedro Coelho

Clique aqui e confira na íntegra a chapa inscrita.

#EleiçõesANADEP

A Assembleia-Geral Ordinária da Associação, que vai eleger os novos membros da diretoria da ANADEP, será realizada no dia 6 de dezembro, na sede da ANADEP, em Brasília. A votação ocorrerá de 10h às 16h e será acompanhada por uma comissão eleitoral.

De acordo com as regras do pleito, presidentes de associação votam presencialmente e associados votam online, através da área restrita do site. Apenas os associados que formalizaram o cadastro até às 18h desta sexta-feira (25) poderão votar.

No dia da eleição, haverá um pop-up na página inicial do site da ANADEP. Basta o associado clicar e acessar com seu login e senha. O local terá um link para a votação e para a transmissão da AGO.

Para o presidente da ANADEP, Joaquim Neto, é importante que todos os defensores públicos associados participem do pleito. “Ao longo de seus mais de 30 anos de existência, a ANADEP tem tido forte atuação nas questões ligadas aos Direitos Humanos e também tem atuado junto aos Três Poderes pelos pleitos da categoria e pelo fortalecimento da Defensoria Pública. Ao votar, o associado auxilia na construção da Associação e contribui para a continuidade deste trabalho”, pontua.

 

Fonte: ANADEP